Os 5 amores do Gonzagão


Aos dezessete anos Luiz Gonzaga apaixonou-se por Nazarena Milfont (Nazinha), menina de posses pertencente a uma tradicional família de Exu, mas logo o namoro foi proibido, pois para o pai da menina ele não passava de um tocadorzinho. Gonzaga chateado decidiu desafiá-lo, comprou uma faca, tomou umas e outras e saiu para conversar com Coronel Raimundo Diolindo que deu o dito pelo não dito. Enquanto ele se gabava com os colegas, seu Raimundo foi procurar Santana e disse que só não tinha matado Gonzaga por ser seu filho. Quase sem acreditar no que estava ouvindo, Santana procura apoio e segurança nos braços de Geni, sua filha mais velha. Indignada, só pensava em voltar para casa o mais depressa possível. Anoitece e os céus de Exu entoam a ave-maria, meio desconfiado e já pressentindo maus momentos, Gonzaga retorna para casa. Santana Está refugando com Januário e o filho não percebe que ela está muito nervosa, segurando uma forte chibata de jumento. De porta trancada, inteiramente possuída pelo rancor, baixa a chibata no rapaz, ajudada por Januário. Quando finda a sessão de pancadaria, com o lombo ardendo do relho, fugiu para o mato. Por quase uma semana, viveu como bicho do mato, no matagal da Serra do Araripe, enquanto curava as dores da alma e do corpo. Sem conversar com ninguém, apenas medita sobre os rumos de suas futuras estradas. Numa sombria manhã de Domingo ainda recentido pela implacável punição, para ele um justo castigo, faminto e sedento, resolve voltar para casa, acontece o primeiro "olho no olho" com Santana e logo percebe em seus pesarosos olhares, sinais de arrependimento. Luiz Gonzaga mente para a mãe dizendo ter sido contratado para a feira de Crato-CE. Envergonhado de tudo e depois da rápida conversa com a mãe, parte para o Crato deixando para trás seus amigos e o ser primeiro grande amor. Chegando no Crato pega o trem para Fortaleza, onde voluntariamente alista-se no exército. 

Se existia um ponto fraco capaz de fraquejar o coração generoso deste pobre sanfoneiro, este seria, sem dúvida, o sexo oposto. Não podia ver uma moça bonita, aprumada, de sorriso atraente, que se apaixonava "facim", "facim", como diz o caboclo sertanejo. Prometia o "universo" para as damas. Acreditava piamente no seu instinto sedutor, aprendido no Exu e desenvolvido pelo mundo. No final, só lhes dava o seu amor. Quando vinha uma com historinha de casamento, Seu Luiz, malandro todo, caía fora. No Rio de Janeiro, não resistiu às tentações da vida noturna. E quando recruta, teve que arcar as consequências das frequentes visitas às zonas de prostituição.

O “cabra” podia até ser "feim", matuto, da cabeça chata e do cabelo ruim, mas sabia se ajeitar. Só andava cheiroso e bem vestido. Nas primeiras apresentações, antes de assumir a vestimenta em homenagem ao cangaceiro, utilizava um elegante terno de linho S-120, gravata borboleta e sapato de verniz. Nas fotografias da época, fazia pose de galã da novela das oito. Solteiro, no auge dos 30 anos e começando a ganhar dinheiro, Luiz Gonzaga queria desfrutar dos prazeres que a vida poderia oferecer.


 Além de Nazinha, nomes como: Maria do Egito, Wilma, Odaléia, Santa, Isis, Maria dos Anjos e muitos outros marcaram a vida do cantor. Entre amores passageiros, nascidos da boêmia, e aqueles assumidos formal ou publicamente, em suas andanças como artista cultivou grandes paixões. Paixões estas que mais tarde foi presenteado. Odaléia uma mulher que foi durante muito tempo sua amante, lhe deu um filho o qual por sugestão do pai passou a ser chamado de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior ( Gonzaguinha), e como filho de peixe, peixinho é, este mais tarde de tornaria uma das maiores expressões da música popular brasileira, e ainda neste mesmo ano já separado de Odaléia, no auge do sucesso, Luiz Gonzaga conhece a pernambucana de Gravatá, Helena Neves Cavalcanti, contadora de uma firma carioca. O encontro foi na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde ela esteve acompanhada de sua mãe Mariêta, em visita ao cantor confessando ser uma das suas grandes admiradores, daí surgiu o namoro, que durou até 16 de julho de 1948, com o casamento dos dois, após ter recebido aprovação de Santana.

 Esta convivência durou 40 anos apesar de ser uma relação muito difícil, inclusive por conta da presença de sua sogra Mariêta, que passou a morar na companhia do casal até sua morte, interferindo negativamente na vida dos dois, mas Lula soube suportar pacientemente. Outro problema enfrentado por ele no início do casamento foi em relação a Gonzaguinha, Helena recusa-se a criar o mesmo após morte de Odaléia. A outra filha Rosinha foi adotada por imposição de Helena e contra a vontade de Gonzaga. O pai adotivo e Rosinha nunca tiveram um bom relacionamento. 

Em 1975, num vôo Recife - Brasília, finalmente Gonzaga selou o seu grande último amor, Maria Edelzuita Rabelo, natural de São José do Egito, no Sertão Pernambucano. Ambos haviam se conhecido em 1968, num casamento matuto em Caruaru, quando era a suposta noiva de Otrope, parceiro do conhecido "Coronel Ludugério" e ele o juiz. Mas foi na escala demorada em Salvador que os dois se apaixonaram, começando um romance que ficou no anonimato durante 13 anos.

         Em 1987 atendido pelo médico Amauro Medeiros, depois de vários exames é constatado e histologicamente comprovado o câncer, um carcinoma de próstata imediatamente comunicado a família. Em 1988 o velho Lua, toma a decisão de deixar Helena e no início da doença que o levaria a morte. Passa a dormir sozinho em um dos apartamentos do parque, porque não aguentava mais subir as escadas do seu quarto, no casarão. As dores nas pernas iam a cada dia tornando-se mais frequentes, deixando-o noites em claro sem dormir. E nestes momentos de muita dor e sofrimento que o velho Lua com o coração apertado de saudades de Edelzuita, mesmo com um mal que não conseguia lhe dominar dava umas fugidinhas até o posto de serviço para falar com "meus amor" - como dizia ele. Este mesmo período coincidiu com a doença dela, cujo diagnóstico foi leucemia crônica e não suportando a saudade, a distância e preocupado com a saúde de Edelzuita, além de haver agravado sua enfermidade, o velho cantador resolve romper todas as barreiras e muda-se de vez para o edifício Cerejeira, em Boa Viagem, Recife. Chega dizendo a Edelzuita - "vim cuidar de você, e você cuidar de mim". Assume publicamente a nova mulher, com quem viveu os grandes momentos de sua vida. Um amor sofrido, resignado, "escondido do mundo" de feito de altos e baixos, mas marcado por emoções fortes principalmente quando estavam juntos feito dois adolescentes apaixonados e esquecidos das barreiras que os separavam. Já no fim da vida Gonzaga lamentava não ter tido a coragem de assumi-la, antes por conta de preconceitos e medo de ser submetido aos mais diversos julgamentos.







Sem esquecer de uma de suas paixões, do início ao fim de sua vida, que foi a música!
Como já vimos, desde o início de sua vida, até nos momentos de tensões, tudo era motivo pra fazer e cantar seu grande amor que foi a música.








Fontes: http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/Hotsite-LuizG/Gonzaga_Namorador/Luiz_Gonzaga_e_os_prazeres_da_vida_boxmia.html
           http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/Hotsite-LuizG/Gonzaga_Familia/Rosinha_exalta_convxvio_com_pai.html
           http://www.reidobaiao.com.br/biografia-por-cida-carvalho

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